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Mulheres e o Caminho em prol do Desenvolvimento Sustentável

Trabalhando a partir de um contexto histórico e político, as mulheres sempre estiveram em posições de cuidado e responsabilidade integral com o ambiente onde estavam integradas. Somada à luta por direitos e representatividade, as mulheres tornaram-se importantes agentes de transformação das agendas do desenvolvimento global. Dentro da agenda do desenvolvimento sustentável, a introdução da mulher como agente transformadora surge junto ao reconhecimento sobre como o gênero está diretamente ligado às mudanças e às desestabilidades ambientais no mundo.

Definiu-se a mulher como eixo central das famílias e, portanto, da luta contra tudo o que se vinculasse aos entraves, ou se parecesse com estes, ao desenvolvimento social e econômico. Assim, a mulher passou a ser o principal instrumento da implementação de ações e políticas contra a degradação do meio ambiente, contra a pobreza, contra a desnutrição infantil, contra o analfabetismo e o baixo acesso das crianças à educação escolar e contra as grandes epidemias controláveis pelo mundo (IPEA)

A crescente onda de informações sobre o impacto do clima na vida de mulheres e meninas, é considerada assunto principal em grandes fóruns internacionais sobre o meio ambiente, como a COP 26. O discurso do presidente da Conferência, Alok Sharma, que levantou a bandeira conjunta de gênero e meio ambiente, foi aclamado, pois representa um momento de legitimação das mulheres como principal elo para a mudança. E isso ocorre não apenas pelo seu relevante papel, mas por todas as camadas de vulnerabilidades que acumula.


Mulheres e meninas são apontadas como as principais afetadas por mudanças climáticas em todo o mundo, por corresponderem a cerca de 80% dos refugiados climáticos. As mulheres acumulam vulnerabilidades e interseccionalidades que, quando solucionadas, tendem a construir impacto positivo para todas as populações. Temas como capital ambiental, uso de recursos naturais e emergência climática também tiveram destaque na conferência, com recorte de gênero.


De acordo com as informações do fórum, as mulheres em países em desenvolvimento são as primeiras a gerir o capital ambiental do ambiente que as rodeia:

Las mujeres de los países en desarrollo suelen ser las primeras en responder a la gestión del capital medioambiental que las rodea. Desde la recogida de agua para cocinar y limpiar, el uso de la tierra para pasto del ganado, a la búsqueda de alimentos en ríos y arrecifes, y la recogida de leña, las mujeres de todo el planeta utilizan e interactúan a diario con los recursos naturales y los ecosistemas” (UN, 2021)

Nesse sentido, é urgente sua participação na governança pelo clima, em fóruns de tomada de decisão globais, regionais e locais. A introdução histórica das mulheres em ambientes de decisão socioambientais não foi dada e sim conquistada. Primeiramente pode ser reconhecida através da convenção Rio-92, que trabalhou na construção de grandes documentos como a Agenda 21 para o Desenvolvimento Sustentável e a junção da frente feminina ambientalista que teve forte presença através do Planeta Fêmea, no Fórum Global das ONGs e na Cúpula da Terra, com o intuito de corrigir os danos causados em relação ao meio ambiente, baseada na individualidade e respeito às diferenças entre homens e mulheres.


Graças aos passos dados pelas primeiras mulheres ambientalistas, no decorrer dos anos, a temática foi sendo inserida em grandes documentos de trabalho, sendo reconhecida como tópico de trabalho da Plataforma de Ação de Pequim, que estabelece compromisso de ação global em 12 áreas consideradas críticas para o desenvolvimento humano, social e econômico e, mais recentemente, na Agenda 2030, através do ODS 5, Igualdade de Gênero. Este último ainda com muita dificuldade de aceitação entre países do G77, especialmente com discursos misóginos de viés religioso.


A mudança de percepção do papel das mulheres na transformação dessas agendas, construção e reparação histórica, é algo recém conquistado e, portanto, deve ser cuidado para consolidar-se como um novo caminho para o desenvolvimento global. Houve tempos em que nossas sociedades eram matrilineares e há ainda países do mundo que perpetuam modelos semelhantes, porém faz-se necessário e urgente reparar historicamente o local das mulheres como tomadoras de decisões sobre o futuro das sociedades, pois está mais do que claro que sem elas, o desenvolvimento sustentável será apenas um ideal bonito e não priorizado.


REFERÊNCIAS:

IPEA - Disponível em:

UN, 2021 - Disponível em:


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